quinta-feira, março 15, 2007

IDA ÀS FINANÇAS




Hoje, como bom Português que sou, fui às finanças, ao pé do antigo Mercado (ex-Rodoviária).
Chegado lá, havia uma fila, como eu nuca tinha visto, mas mesmo tendo a hipótese de passar à frente da fila toda (Decreto-Lei nº 135/99, do dia 22 de Abril, Artigo 9º), mantive-me sossegado nela. Quando chegou a minha vez, fui atendido, para meu azar, por um "copinho de leite" muito pouco cívico e sem nenhuma formação. Começou a mandar vir, porque os papeís não estavam completamente preenchidos, que as facturas não estavam totalmente somadas, e eu pensei para comigo: "o que tu queres é a papinha toda feita, para não teres o trabalho de me ajudares a fazer, como fazes à maioria das pessoas", e disse-lhe: "Com certeza que se eu fosse do sexo feminino e trouxesse uma bruta mini-saia, o senhor preenchia todos os papeis e mais alguns", e o jovem ficou a olhar para mim, com cara de parvo que só visto. E ainda lhe disse mais: "É por causa de pessoas como você que este País não vai prá frente".
Voltei a arrumar tudo numa pasta que uso quando vou às finanças e fui às finanças, no Largo da Câmara. Aí fui comprar um papel, que o "copinho de leite" me disse que faltava (nesta altura, quando uma pessoa chega às mesas, falta sempre alguma coisa), para mim: Anexo A. Não sei para que é que serve este papel, já que eu não faço gastos nenhuns, logo não recebo nada. É só dinheiro deitado do meu bolso para fora. Depois fui para a fila, ao sol quente, com pessoas a queixarem-se da demora das outras que estavam a ser atendidas, outras a falarem ao telemóvel e ainda outras a falarem das vidas delas e das vizinhas. O tempo dava para tudo. Para eu não escutar nada disto, liguei o meu "mata-secas". Estava eu, na fila, quando me aparece lá um funcionário simpático e atencioso que me levou, perante reclamações das pessoas da fila, para dentro da sala, para me sentar e ser atendido. Com estes é que vale apena trabalhar, pois são Humanizados. Claro que, mais uma vez, quando fui atendido, e como não tinha parte dos papeis somados e/ou preenchidos, uma senhora, muito simpática que lá estava, disse-me para lá voltar, hoje, por volta das 18 horas que me ajudava a fazer isso. Menos mal. Não consigo entender, porque é que os Directores de Serviços das Finanças, não fazem formações de Humanização e Conscienlização, antes de colocar os funcionários no atendimento.
Eu não quero tratamento especial, só quero que os meus direitos sejam respeitados, já que eu tenho deveres com o Estado. Não estou a exagerar, quando digo que os Direitos dos Deficientes, em Portugal, NÃO são respeitados, seja em: estabelecimentos públicos, quebras das Barreiras Arquitectónicas (neste aspecto falta a vontade para criar acessos onde não os há), e também na Solidariedade, que infelizmente só existe, no Dicionário. Não se empregando, no dia-a-dia, mais do que se devia fazer, salvo raras excepções, claro. Ainda outro ponto que creio ter o dever de, aqui salientar, é: as casas de banho dos deficientes, em locais públicos, seja em Restaurantes, ou noutros locais, estarem fechados ou servirem de despensa de limpeza, o que eu acho uma autêntica vergonha. Mas, é o País que temos.
Portugal É um País bonito, por favor, não o estraguem com factores negativos, como os acima referidos. Não há necessidade.











1 Comentários:

Blogger ¦☆¦Jøhη¦☆¦ said...

Será mesmo preciso dizer alguma coisa? Perante todas as evidências, é óbvio que o nosso país está em certos aspectos cada vez pior. E que fazer? Bom, um bom começo é denunciar a incompetência, e isso já tu fazes aqui. De facto o tratamento difere muito consoante as pessoas que atendem e as que são atendidas. A Humanidade apesar de "vender" a ideia de "ser tudo igual", ainda vai por aquele caminho que nós sabemos... mas isso é assim em todo o lado. Favores, amizades, poleiros, tachos, "aberturas de concurso especiais para uma pessoa designada à partida", etc...

Um abraço,

João

3:19 da tarde  

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