domingo, agosto 05, 2007

TROVANTE DE REGRESSO EM DVD




Caros Visitantes!


Creio que todos vocês se devem lembrar deste grupo português.
Pois foi este mesmo grupo que, naquela época (década de 80), quando se deram a conhecer, definiu o rumo do futuro da música portuguesa. E que belo rumo. Nós, em Portugal, podemos dizer que temos a melhor música, desde os Trovante até aos Xutos e Pontapés, passando por Madredeus e Clã, só para mencionar alguns.
Mas neste caso, estamos a falar dos Trovante.
Esta foto, é do principal vocalista. É verdade, este rosto jovem é do Luís Represas.
Vamos então à história dos Trovante:

Luís Represas (Lisboa, 24 de Novembro de 1956) é um cantor e compositor português, fundador do conjunto Trovante.
Os Trovante começaram no Verão de 1976 em Sagres, quando um grupo de amigos (João Nuno Represas, Luís Represas, Manuel Faria, João Gil e Artur Costa) se juntou para fazer música.
Em 1977 gravaram o seu primeiro disco "Chão Nosso", com uma forte componente política e tradicional portuguesa. No ano seguinte lançaram "Em Nome da Vida", um disco que os confirmou importantes na música de intervenção. A partir de 1980 o grupo concentrou-se mais na vertente tradicional, tendo os seus elementos estudado no Hot Club de Portugal. Como resultado, o inédito disco "Baile no Bosque" foi um enorme sucesso comercial. Em plena explosão do Rock em Portugal, os Trovante sobressaíam paralelamente. Para a história ficaram "Balada das Sete Saias" e "Outra Margem". Fernando Júdice e António José Martins entraram para a banda que passou então a ter sete elementos.
Em 1983 o álbum "Cais das Colinas", com o célebre tema "Saudade" contou com José Salgueiro mas já não com João Nuno Represas. Em 1984 lançaram "84", um disco que contém "Xácara das Bruxas Dançando" e "Travessa do Poço dos Negros". Em 1986 surgiu Sepes que deu continuidade a espetáculos de grande sucesso.
À sombra dos Trovante tinham, entretanto, surgido outros projectos como os Charanga com o disco "Aguarela" e Mafalda Veiga com "Pássaros do Sul", podendo até falar-se no trovantismo e no pós-trovantismo, tal a importância que o grupo adquiriu. O álbum "Terra Firme" com os temas "Perdidamente" (letra de Florbela Espanca) e "125 Azul" foi já um trabalho assumidamente pop esbatendo as referências mais tradicionais. Em 1988 a banda arriscou uma superprodução no Campo Pequeno resultando num disco ao vivo que se tornou platinado. Em 1990 o grupo editou o seu último trabalho de estúdio "Um Destes Dias" com o grande êxito "Timor", que foi todavia mal recebido pela crítica levando os Trovante à sua última digressão antes da dissolução definitiva. Luís Represas e João Gil foram os mais bem sucedidos nas posteriores carreiras.
A 12 de Maio de 1999, nas comemorações dos 25 anos da Revolução de Abril de 1974, o melhor Presidente da República Drº Jorge Sampaio convidou os Trovante à sua reunião para um espectáculo de duplo disco e emissão televisiva a partir do Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações.
Pela segunda vez desde a separação, actuaram juntos a 12 de Outubro de 2006, no Campo Pequeno, em Lisboa, a convite do Montepio Geral.
Do espectáculo gravado no Pavilhão Atlântico, em 12 de Maio de 1999, foi lançado, à poucos dias, a gravação em DVD, só que, não há bela sem senão, este dvd tem somente 19 músicas, o que é uma autêntica vergonha, pois o cd duplo, do mesmo concerto que foi lançado em 1999, contém 24 músicas. Espera-se mais 9 anos (a RTP é muito lentinha a tomar decisões) e talvez tenhamos sorte de apanhar um lançamento de um duplo dvd com o concerto completo.
Enfim...sonhar não custa. Aliás, já dizia o poeta: "O Sonho Comanda A Vida".


Nota do Autor: Sou do tempo do inicio dos Trovante em Évora, em 1983, fui ao primeiro concerto deles, no velho Campo de Touros (agora com um nome mais pomposo: "Arena d`Évora"), foi amor à primeira vista. Gostei logo da sonoridade.
E infelizmente, também sou do tempo do fim dos Trovante, com muita pena minha. Mas o Luís Represas e o João Gil têm feito uma carreira irreprensível.


Vou colocar aqui um vídeo:




Até Ao Próximo Post!

2 Comentários:

Blogger ¦☆¦Jøhη¦☆¦ said...

Lembro-me bem dos Trovante. Embora nunca tenha simpatizado por aí além. É verdade que temos boa música em Portugal, embora afirmar que temos a "melhor música" me pareça algo exagerado! Nem sequer estou a pensar naquilo que pensarás que estou a pensar (Enya)! Estou a pensar nos tempos clássicos. Portugal nunca teve uma grande tradição musical. Pelo menos não tivémos nenhum grande compositor clássico... temos o fado, que tem grande valor, e que exprime muito bem o sentimento de um povo habituado à melaconlia e à tristeza... é complicado avaliar em poucas palavras, mas de facto, os portugueses são um povo singular... sofremos muito o sindroma da saudade, desde os tempos em que as nossas naus navegavam a descobrir o mundo. A nossa música bebe muito nessa fonte da tristeza... se reparares bem, nos anos 60 surgiu um estilo de musica mais ligeira (rock) que apenas nos inicios dos anos 80 surgiu cá pela mão de Rui Veloso (para muitos o "pai" do rock nacional). Recordo grandes sucessos dos Heróis do Mar, dos Xutos... depois dos Madredeus, e outros mais recentes. Não tenho dúvidas que temos bons artistas, no entanto, também temos de ver que para a nossa dimensão, para a nossa lingua... evidente que lá fora poucos conhecem muito do que cá se faz ou fez. Mesmo assim, vale sempre a pena falar um pouco do que cá se faz, pois também cá temos coisas que valem a pena.

Um abraço,

João

11:59 da tarde  
Blogger Gonçalo Alexandrino said...

Gostava muito dos Trovante. Óptimo post. Obrigado

2:15 da tarde  

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