terça-feira, janeiro 15, 2008

AS AVENTURAS DO CAPITÃO BALÃO




Sou Rei de um trono
Sem reino
E sem terreno.

Rainha não tenho,
o meu coração está
Livre.

Já travei muitas batalhas
Algumas venci
Outras...
Perdi.

Muito sangue já escorreu
No meu corpo dolorido,
Sofrido.

Desembainhei a minha espada
vezes sem conta.
Lutei contra Moinhos e
ventos.

Cavalguei por montes e vales,
oceanos e mares.

De binóculo em punho
Espreito a ver se encontro Terra,
mas nada encontro a não ser
um Mar imenso, intenso
Que me estrafega a Alma
Há quem me diga para ter calma.

Já estamos em mar alto à semanas,
meses, anos.
O vento bate nas velas fazendo-as ondular.
O mar bate na popa, fazendo-o ranger.

Comida já rareia
Quando de repente, alguém do cesto
do cimo do mastro, grita:
"Terra À Vista! Terra À Vista!".

Num repente, volto a agarrar no meu binóculo,
E alinho para a direcção que o marujo apontava,
realmente vejo terra, é uma ilha, mas será
populada?

A tripulação está em "pulgas" para ir a terra,
mas eu, como Capitão, é que vou à frente.
Dou ordens para que seja largada a âncora da Nau
e que desçam o bote.

Dirigimos-nos para terra, onda trás onda,
"Cuidado com as rochas ao pé da costa!"
Grito eu para um membro da tripulação.
o bote chega a um banco de areia
eu saio e dou ordem que o arrastem
para fora de água.

Começo a andar, as minhas botas enterram-se
constantemente na areia.
Entro na mata, desembainho a minha espada,
não vá encontrar surpresas desagradáveis.

Depois de muito andar e de nada achar, chego a um
local deslumbrante com uma lindissima cascata.
Consigo escutar o barulho ensurdecedor da mesma.
Vejo um vulto debaixo de água.
Desço a ravina inclinada e aproximo-me da margem do rio.
De repente, reparo que o vulto é de um ser estranho
metade mulher (com os seios desnudos) e a outra metade
é peixe.
Por aquilo que me disse depois um membro da minha tripulação,
tratava-se de um ser mítico denominado por "Sereia".

Era muito bonita e da boca dela saia
uma música deveras hipnotizante.
Ainda a fiquei a ver por um bocado até que desapareceu.
Dei meia-volta e regressei pelo mesmo caminho que vim.

Chegado ao cimo da ravina, continuei.
Olhei para uma árvore alta e vi umas bolas castanhas, com "barba"
vim depois a saber ser a árvore um Coqueiro e a bola castanha com "barba"
um coco.
Realmente eu não estava preparado para tanta coisa nova, para tanta informação.
Desconhecia totalmente que tais coisas existiam.

Andando mais um pouco, tropecei em algo enterrado no chão.
Ordenei à tripulação que começasse a escavar,
A espera durou, mais ou menos, cinco horas.
Após essa longa espera, a pá bateu em algo rijo e metálico;
mandei que retirassem aquilo do buraco.
Era uma mala de ferro com um cadeado.

Aproximei-me do cadeado e com uma pá que tinha agarrado,
bati-lhe o mais forte que consegui.
O cadeado partiu-se, visto estar enferrujado e eu abri a tampa da mala.
Mas não foi só a tampa que foi aberta, foi também a minha boca
quando vi que a mala continha uma imensidão de moedas de ouro.
Voltei a fechar a mala e dei ordens à tripulação que a levassem para o bote.
Dito e feito, eles assim o fizeram.

Já na Nau, peço aos marujos que foram comigo a terra para levarem a mala para o meu camarote.
De seguida, mando-os sair, trancando a porta.
Dispo o meu casaco, desaperto o cinto onde trago a espada, para estar mais à vontade.
Dirijo-me à mala e abro-a novamente.

As moedas de ouro, brilhavam
E com elas, os meus olhos,
Reparei que o forro da tampa da mala, estava roto
E que dentro dele encontrava-se um pergaminho com um desenho.
Agarrei-o e abri, qual não foi o meu espanto quando vi que o
desenho era sobre a rota de circum-navegação de Pedro Álvares Cabral.

Não percais notícias minhas, belos leitores!














































1 Comentários:

Blogger ¦☆¦Jøhη¦☆¦ said...

Ora muito bem!

Sim senhor, um post muito inspirado, e diria mesmo inspirador!

Uma linguagem metafisica, onde o mar assume o papel da vida, o barco sendo o transporte... gostei do tom existencial e reflexivo aqui presente...

E de resto, surge a terra ao horizonte! Um tesouro para encontrar depois de todo esse mar!

Uma sereia surgiu e com o seu canto te encantou... cuidado com o canto da sereia!!

Um abraço,

João

12:08 da manhã  

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